QUEM SOMOS

O CLUBE DIAMANTINOS

Fundado em Pelotas/RS no ano de 1906, o clube tinha como objetivo principal a comemoração do Carnaval, que há muito tempo fora festejado sem muito entusiasmo. Em uma de suas primeiras atas, o Clube Diamantinos registrou: O Clube Diamantinos, por seus legítimos representantes, resolve abster-se de aceitar desafios, entrar em concursos carnavalescos de modo a evitar com esta ponderada norma de conduta quaisquer desavenças, atritos pessoais ou lutas desagradáveis com outras associações legais. Desde essa época até 1918, participou ativamente do carnaval de Pelotas, marcando com seus majestosos préstitos a vida da cidade e inevitavelmente selando na memória de muitas pessoas. Entre muitas marcas inesquecíveis, há a “famosa melancia”, de 1913, cujo foi o primeiro carro de movimento visto na época. Foi um verdadeiro arrojo a sua construção. No carnaval de 1912, o hino do Diamantinos foi escrito pelo incansável Carlos Leopoldo Casa Nova, o Casinha, e musicado pelo não menos rubro-negro Carlos Paiva. Traduziu o orgulho do ressurgimento do carnaval de Pelotas por conta do trabalho desempenhado pelo Clube Diamantinos.

O teatro e a coroação das rainhas

Rapidamente, o clube foi tomando o coração de boa parte dos pelotenses. Ora, não havia saída para os apreciadores da cultura, que presenciavam no Teatro Sete de Abril (e mais tarde no Teatro Guarany) a coroação das rainhas do clube, cujo evento era um verdadeiro festival de arte.

Várias peças de teatro foram escritas para serem apresentadas na coroação, especialmente produzidas por diamantinos: “A moda”, por Hércio Araújo; “A fada diamantina”, por Carlos Leopoldo Casanovas; e o “Diamante azul”, por Isabel Maciel de Sá.

Segundo registros de 1915 do jornal Diário Popular, a coroação e a festa em homenagem a Mariana Osório foram marcantes na vida social da cidade. Recorrendo, ainda, ao jornal centenário, há registros da chegada da Rainha de 1917, Zilda Maciel, em Pelotas, para ser coroada no fim do mês de janeiro. O navio que trazia sua família aportou em Rio Grande, onde uma delegação já a aguardava. No trajeto Rio Grande-Pelotas, foi saudada nas diversas paragens, culminando com grande recepção na gare da Viação Férrea.

Há outro episódio relacionado a Zilda Maciel, quando rainha do Clube Diamantinos, cujo ela se recorda com saudade: uma das maiores emoções de minha vida aconteceu dias após a primeira apresentação do préstito do querido Diamantinos. Durante uma batalha de flores, na rua 15 de Novembro, esquina 7 de Setembro, o carro em que me encontrava foi interceptado por uma massa popular. Um cidadão, que no momento não recordo-me o nome, pediu-me para subir até onde eu estava. E, em nome do povo de Pelotas, ofertou-me uma joia (pedantife) em ouro, rubis e diamantes. É uma joia que conservo com o maior carinho. 

Pierrot

Segundo conta um velho folião pelotense, Pedro Salvador, um fato cômico aconteceu no carnaval de 1920, quando ele era porta-estandarte na então famosa Banda Diamantina. O clube Brilhante, além de ter feito um carro de críticas — o “Porco com asa é morcego”, referindo-se ao carro da rainha Maria Eça de Queiroz –, fez outro, que Salvador não lembra muito bem, mas tinha algo a ver com cebolas, referindo-se à profissão do pai da rainha, um comerciante de altas posses.

O Diamantinos, em resposta, confeccionou um carro em que vinha um Pierrot rubro-negro (símbolo social) dentro de um cesto de rosas. O Pierrot, um gesto de quem ofertava rosas, levava no cesto uma frase: cada um dá o que tem.

Na coroação de Déa Maciel, em 1928, segundo o que Zilda Maciel conta, o Diamantinos conservava ainda a mesma classe e o mesmo savoir-faire de antigamente. Nesse dia, a chácara da Baronesa amanheceu repleta de flores e, à noite, no momento de sua coroação no Teatro Guarany, a orquestra foi formada por mais de 50 integrantes de todo o estado, entre concertistas e professores de música.

Em 1936, pela primeira vez é escolhida a duquesinha diamantina, Moema Gotuzzo Russomano, menina que deveria liderar o grupo infantil do clube. Formou-se, então, outra tradição no mundo social de Pelotas

Fatos marcantes

No final da década de 30, o Diamantinos ainda apresentou mais dois anos de préstitos: em 1938, com a soberana Lia Wetzel Moreira e, em 1939, com Maria Pinto Trindade Branco. Ambos com a liderança do grande benemérito e então presidente, Hércio Araújo;

No início de 1940, sob a orientação de Adolfo Fetter, é lançada a pedra fundamental para a construção do Palácio diamantino, como foi chamado na época. Com a sua inauguração em 15 de novembro de 1941, ainda na gestão de Adolfo Fetter, o Diamantinos firmava-se definitivamente como o clube voltado totalmente às realizações de salão;

Em 1946, por ocasião do Baile da Primavera, é escolhida a primeira Rosa Diamantina, recaindo a escolha em Lígia de Souza Lang;

Em 1955, na liderança de Ary Rodrigues Alcântara, acontece grande reforma nos salões de clube, pois já não comportavam o grande número de pessoas que frequentam as elegantes festas;

Com a construção da primeira piscina térmica de Pelotas e do interior do Estado do Rio Grande do Sul, na década de 70, o Diamantinos tentou conquistar uma faixa da população que ainda não fazia parte do seu quadro associativo e ainda demonstrou a vontade de se preparar para o futuro. Em 2014, Delorges Antonio Horta Duarte, que já havia presidido, diversas entidades na cidade, entre clubes de serviço, clubes de futebol entidades empresariais entre outras, oferece seu nome para dirigir o Rubro Negro da Gonçalves Chaves. Na última década, o Clube Diamantinos avança 50 anos, modernizando sua sede, reformando integralmente o clube, restaurando equipes esportivas, e evidenciando a cultura social deste clube, que passa ter como lema, O Clube de Ontem, Hoje e Sempre.

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